sexta-feira, 4 de novembro de 2011

sem dor


desçamos, então, ao nível do louco. deixemos cair copos, partamos vidros com os pés. contemplemos, depois, a nossa obra, deixando o estrondo dos estilhaços quebrar o mutismo de quem já nada tem a dizer.
vamos rir-nos como loucos. entreguemo-nos à ridicularidade de gargalhadas barulhentas, espalhafatosas, aparentemente despropositadas que nos fazem doer a barriga. olhemos um para o outro, já libertos e descalços, enquanto os nossos pés sangram numa dor que não sentimos.
deixemos de ensaiar a conveniência dos sorrisos e fechemos as portas à doença à qual eu chamava de amor. abracemos antes a felicidade dos abençoados com loucura, que não sentindo amor, também não sentem dor.






1 comentário:

  1. não imaginas o quão bom é entrar no blog e ver que tenho um comentário teu. é algo de um valor imensurável para mim. obrigada por tudo. love you <3

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