segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

amanhã



sento-me, observo o vermelho-vivo que criei,
obra progressiva, furiosa,
e as chamas que me sossegam a pele.
por momentos,
esqueço o cinzento que preenche o amanhã dos meus olhos,
e entrego-me, despida,
à ténue teia de luz do presente.
percorro as cinzas frias do chão,
mas nada sinto,
pois estou a pensar em ti.
as cinzas são agora carícias,
cócegas suaves e lentas,
como o teu respirar na pele.


escurece então a minha mente,
tal como o fumo que me enche a boca e os pulmões,
quando sinto queimarem-me os pés,
com o fogo frio do ódio.






1 comentário:

  1. não deixes nunca que a frieza do ódio se apoderem do coração vermelho-vivo, do coração poderoso e quente que tens.

    love you <3

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